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Você que está lendo meu portfólio, acha que é fácil “dar aulas”?

Deixa eu te contar que não é nada fácil! 

Primeiro que, por trás de apenas “dar aulas”, tem uma preparação muito grande. Vou te dar um spoiler sobre essa preparação. Para começar, o estágio foi em dupla (só imagina o que é duas pessoas diferentes, com ideias diferentes, tentando chegar em um senso comum para um determinado tema), fomos conhecer a realidade dos nossos futuros alunos, passando 4 semanas com eles. Que fique claro que este portfólio se trata de um estágio, e nada melhor que uma observação, para ter uma ideia do que nos espera (música de suspense). Mas, saiba que nem sempre ou nunca o professor terá esse privilégio de conhecer seus alunos antes. Normalmente trabalha-se com as “armas” que tem, mas como aqui se trata de um estágio supervisionado, fizemos o possível para que nossa regência fosse um sucesso. Sendo assim, fizemos um questionário para conhecê-los um pouco melhor, saber onde moravam, se todos trabalhavam, qual a idade dos alunos, que tipo de aula tinham interesse, quais os assuntos que gostariam de ter numa aula de química - Esse foi o primeiro passo para “dar aulas”.

Com o auxílio do questionário, descobrimos que a maioria dos alunos tinham interesse em uma aula de química relacionada com a alimentação. A partir disso, nosso PCE ganhou um nome: A termoquímica da alimentação. Passamos metade de semestre buscando matérias, estratégias, experimentos, jogos… Criando um projeto que fizesse o aluno ter interesse por nossas aulas. Pois, um dos nossos medos era esse: os alunos não se importarem com nossa presença e não sentirem interesse na nossa proposta de aula - Construir o PCE foi o segundo passo para “dar aulas”.

PCE construído e pronto para ser aplicado na nossa turma. Você que ainda está lendo, deve achar que agora vem a parte fácil né? NÃO!!

Agora é o terceiro passo, aplicar tudo o que fizemos e aprendemos. O nervosismo me assombrando desde a hora que eu entrei na escola. É um nó no estômago com o medo de errar alguma coisa, de não conseguir chamar a atenção dos alunos, de não saber se expressar, de dar o famoso branco no meio da aula. Enfim, várias coisas se passam na cabeça de uma estagiária que está preste a lecionar pela primeira vez. 

Quando eu entrei naquela sala para nosso primeiro encontro, eu estava muito quente, e ao mesmo tempo suando frio. Só para ter uma noção, era inverno e eu de manga curta. Então fomos nos apresentando, explicando o que ia acontecer no decorrer de dois meses, quais eram nossos objetivos com eles, o que esperávamos deles. E a aula foi fluindo naturalmente… quando vimos, já tinha passado uma aula. Tivemos uns minutinhos do intervalo para dar uma respirada, pois, eram duas aulas com um intervalo entre elas. Quando voltamos para sala, o clima parecia mais leve, ou eu que estava mais calma. 

Nos outros encontros, eu já estava mais tranquila, os alunos mostravam-se interessados nas nossas falas, não vou negar que às vezes precisávamos chamar a atenção, ou dar um breve "sermão". Mas, as aulas foram fluindo muito bem, e isso me animava muito! A relação professor-aluno estava muito conectada, eles tinham a liberdade de fazer brincadeiras, de interagir fora da aula, de conversar conosco nos intervalos, mas também sabiam que estávamos ali para ser mais que amigos, que éramos acima de tudo, as professoras estagiárias de química. 

As aulas em que fizemos os experimentos, que são as aula 3 e 4 (o conteúdo está disponível na página “regência”) foram as aulas que os alunos mostraram mais interesse, isso aconteceu por nós termos escolhido os experimentos com cuidado, que fosse simples, de fácil compreensão, feito com coisas que normalmente temos em casa. E por que além de escolher com cuidado, nós tentamos o tempo todo, trazer os experimentos para a realidade deles, para nossa explicação teórica, e também utilizávamos dos experimentos para exemplificar em outras aulas de termoquímica. Já na aula do jogo didático, eles se mostraram competitivos e isso fez com que prestassem atenção, para se concentrar em acertar a sua pergunta... Eu fiquei muito contente, pois teve muitos momentos de discussão, para responder as perguntas escolhidas, atingindo o objetivo do nosso jogo, que era dividir a sala para que eles pudessem discutir sobre o tema, que um conseguisse ajudar o outro com possíveis dúvidas que pudesse ter ficado para trás, que eles vissem que a termoquímica estava mais próximo da realidade deles do que eles imaginavam, pois tentamos contextualizar o máximo possível nas perguntas do quiz. 

O encontro da polinização, foi o dia do reconhecimento do nosso trabalho, da nossa organização, da nossa vontade de fazer dar certo. Vou te contar que ver nossos aluninhos ali, explicando tudo o que compreenderam das nossas aulas, foi para mim, o que compensou todos os passos que tivemos que dar para realizar nosso estágio. Me senti muito orgulhosa de todo evento, de como as barraquinhas ficaram, dos cuidados que eles tiveram em trazer os rótulos, dos cartazes produzidos, de tudo! E foi tão bonitinho, os alunos me chamando para provar suas receitas, me fazendo sentir importante diante deles, como se a minha aprovação do prato preparado também fosse um momento de reconhecimento para eles. E esse encontro também foi muito revelador, no nosso último momento juntos, teve muitos abraços, muito carinho, muitas palavras de agradecimento, muita emoção. Foi neste instante que eu percebi que tudo valeu a pena, e que eu iria sentir muita falta de cada um deles, sei que vou lembrar deles para o resto da minha vida, pois eu sei o quanto esse momento do estágio foi importante e o quanto eles tornaram essas aulas significativas. Sem a vontade deles por aulas diferentes, nada disso seria contado com tanta emoção, com tanto sentimento.

Eu só tenho a agradecê-los pelo carisma, pelas risadas, pelas piadinhas, pela atenção, pelo interesse nas aulas, por entrar nessa metodologia diferente sem pestanejar, por nos receber muito bem, pela sinceridade, por todo momento juntos. Queria que todos meus futuros alunos fossem assim! <3 Também não posso deixar de agradecer uma pessoa doce que conheci, a professora Lizete, pois ela estava sempre nos motivando, sempre nos ouvindo, sendo sincera, estava sempre alegre, ela sempre manteve a discrição dentro da sala e nos auxiliava quando os alunos estavam inquietos, mostrou-se muito prestativa desde nossa primeira observação. Que eu tenha mais colegas de profissão como você! 

Aos meus professores orientadores e minha amiga Andressa (que foi minha dupla), muito obrigada! Vocês estiveram comigo desde o estágio supervisionado II, pensamos na proposta juntos, vocês que me consolaram nos dias mais tensos de IFSC e de regência, sempre me mostrando uma saída, me dando conselhos, me incentivando. Obrigada pela parceria!

E você que leu até aqui, ficou claro que não é tão fácil “dar aulas”? Que tem muita, mais muita coisa por trás das aulas? 

É muito desafiador, mas valeu a pena a dedicação. Para mostrar como valeu a pena, segue alguns depoimentos! 

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